domingo, 13 de fevereiro de 2011

"...And I'd give up forever to touch you"


                                                                                                                  
 letra




Seth: Tem curiosidade de saber como é tocar?
Cassiel: Tocar? Não!
Seth: Tem, sim.
Cassiel: De vez em quando.
Seth: Tocar...

(Diálogo entre os anjos Seth e Cassiel do filme "Cidade dos Anjos")




Acho que é bem isso que venho sentindo: curiosidade de saber como é tocar. Tocar você. Nessa nossa relação - que sabe-se lá que nome tem (ou teve) ou a qual tipo pertence - em que sempre fui tão passiva, pedi tão pouco, mesmo sentindo tanto, acabei me distraindo e esquecendo de fragmentos importantíssimos. Mas não me culpo, muito menos a você. Era algo tão novo, tão intenso, sugava tudo, preenchia espaços vazios, que eu não percebia os detalhes que estavam em falta; ou se percebia não fazia tanto esforço para obtê-los. Sabe aquela frase batida: "Se melhorar, estraga" ? Pois é. Acho que era bem isso: medo de estragar.
Mas, meu Deus, como poderia perder algo que nunca tive, estragar algo que nunca existiu?
Na verdade, existiu para mim. Só para mim.
Agora, justamente agora, em que vejo você tão forte e tão indiferente é que invento de sentir essas coisas impossíveis. Logo hoje, quando existem distâncias bem maiores que a geográfica, eu invento de querer sentir, tocar. Logo hoje, em que você foi embora e não disse adeus. Sem esperanças de retorno, sem explicações.  Xeque-mate, não é mesmo?
Sabe, Baiano, nesse mundo louco de gente insensível, o mínimo que aprendemos é a perder. Essa vontade que perdura no meu peito, um dia passa. 
Ficam suas qualidades (não mudo a minha opinião sobre elas), os bons momentos, nossas horas leves recheadas de sorrisos, meus puros sentimentos por você. Fica a vontade de tocar (como já disse, um dia passa). Ficam os chicletes, os cigarros.  Fica o meu pedido de perdão por não ter sido mais inteligente, mais bonita, mais rica, mais descolada, por não saber jogar e, acima de tudo, por não conseguir ser indiferente.
Permanecem intactos os meus mais profundos e sinceros desejos de que você seja feliz, com quem for ou como for. E que ninguém nesse mundo seja capaz de lhe fazer sofrer, que ninguém lhe ignore sem motivos aparentes e nem que você sinta o que sinto agora.
Ficam os apelidos "Morena" e "Baiano". Baiano vai continuar existindo nesse mundo em que criei para que ele fosse eterno. Vou continuar sendo Morena, mesmo que  a gente nunca mais se fale e você me chame assim. Morena é um estado de espírito, é o conjunto dos melhores sentimentos que existem em mim, transcendo qualquer lógica ou tentativa de explicação.

"Fui ser feliz e não volto"


Meus queridos, estou danto um tempo no blog. Há tempos que as coisas não estão boas nem bonitas por aqui. Preciso cuidar de mim, da minha vida, da minha saúde.
Para vocês, eu voltarei, claro! Mais bonita, forte, saudável e feliz. Cheia de novidades!



Beijos (muitos, incontáveis, os melhores)!


Fiquem com Deus!




às 15:20

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"Sonhos não envelhecem"



                                                
                                                
      letra


- Olhe, Morena, estou indo passar uns dias na Argetina a trabalho.
- Você vai demorar?
- Nove dias
- Então, dá tempo de enviar um cartão-postal pra mim. Você envia?
- Sim
- JURA?
- Juro.


Sabe, Baiano, durante seis meses você tentou me convencer com as suas atitudes de que não era confiável, amável. Mas, no fundo, eu sempre soube que você seria a única pessoa capaz de enviar um postal para mim, que não iria rir, nem achar brega e muito menos tentar me convencer que uma outra lembrança teria mais utilidade para a minha vida.
Logo você, que prometia de ligar e não ligava, "desligava" o MSN na minha cara a qualquer contrariedade, punia-me até pelos erros que não eram meus. Mas a sua atuação não era boa o bastante para me convencer.
Desde esse seu "juro", eu olhava a caixa de correio todos os dias, fiz amizade com o carteiro, pesquisei no Google quanto tempo, em média, seria preciso para o meu cartãozito chegar até a mim. Afinal, a minha esperança, além de tudo, é fênix.



Última vez, antes de você, que tinha pedido um cartão-postal a alguém:

- Mas você também enviou o meu cartão-postal também, né?
- CARTÃO-POSTAL? Eu trouxe bolsas, perfumes, maquiagem, roupas... E você ainda quer a merda de um cartão-postal?
(Claro que ele não perdeu a oportunidade de jogar na minha cara os preços e marcas dos presentes)
- Mas foi só o que eu pedi, não foi?
- Deixe de ser idiota pelo menos uma vez na sua vida. Essas coisas serão mais úteis. Qualquer pessoa normal ficaria feliz com todos esses presentes que comprei.
- Eu não sou qualquer pessoa e nem acho que a felicidade seja acessível a um cartão de crédito.




P.S. Esse seria um post com ar de despedida. Mas hoje quando cheguei de viagem, deparei-me com esse cartão-postal lindo. Foi impossível não voltar a estaca zero. 
Obrigada. Baiano, por estar presente, mesmo quando ausente. E, principalmente, por me fazer acreditar na vida e nas pessoas, até quando isso não parece tão fácil para você.

Um beijo,

Morena




11.02.2011 às 19:37

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sobre o pretérito e a possibilidade de um futuro imediato


Eu sei, Baiano, que eu falo de amor como se fosse fácil. Pior, como se fosse possível. Mas já foi, Baiano, e você sabe disso. Para mim, aos dezessete. Para você, aos vinte e poucos.
Ele morreu tragicamente em um acidente de carro. Ela recebeu um xeque mate. E nós dois? Morremos também, claro. Com uma diferença: você teve escolha, eu não.

Eu encontrei e perdi cedo demais aquele que achava ser o amor da minha vida. Ele não me deixou. Eu não o abandonei. Não brigamos. Ele morrreu, Baiano. Limpo e seco. Direto e trágico como nenhum final de história deve ser. Cortaram o "felizes para sempre" sem me dar, ao menos, uma explicação. Até então, era só felicidade e sonhos com casinha, cerquinhas e filhinhas (sim, eu também queria ter duas). Até então, ele era um jovem engenheiro civil com um futuro promissor, que estava construindo uma miniatura do Taj Mahal pra mim, que me ligava à noite para falar besteira, com a velha desculpa do "boa noite", que ria dos meus erros absurdos e depois que me ajudava a consertar, que me ensinou da forma mais simples e leve possível o significado da palavra amor. Isso até aquela última sexta-feira. No sábado, todas aquelas promessas, bons presságios, futuro compartilhado e castelos foram destruídos. Sem conserto como aqueles dois carros e as vidas que os guiavam.
"Se você vier me perguntar por onde andei no tempo em que você sonhava. De olhos abertos, lhe direi: - Amigo, eu me desesperava". Talvez não tenha frase que se encaixe tão bem a situação que passei como essa de Belchior.
Antes dos dezoito, Baiano, tudo já tinha gosto de "tarde demais". Aos dezoito, envelheci.
Tive de largar os meus sonhos, a profissão que queria seguir, a cidade onde nasci, tudo o que havia de melhor em mim... Eu também tinha promessas de um bom futuro. Mas sem ele qual amanhã valeria a pena? Durante cinco anos eu tentei, em vão, responder.
E fiz de tudo para repelir tudo e todos que se aproximavam de mim. Engordei, descudei de todos os detalhes relevantes e tratei de ser chata, ácida e baranguda para que ninguém mais no mundo gostasse de mim. Fechava as portas na cara de qualquer desavisado e distraído que tentasse chegar perto ou ignorasse a placa vermelha indicando "PERIGO".
Quando conheci você, reconheci milimetricamente cada pedacinho do meu passado. E não podia ver de braços cruzados a repetição em série dos meus erros.
Por incrível que pareça, nunca tive pretensão de que você tirasse todos os atrasos e marcas que esse luto deixou em mim, nem muito menos que me levasse ao altar.
Durante todo esse tempo eu só queria lutar - de uma forma desesperada, confesso - para que você não abandosse tudo, como eu fiz um dia.
Esse texto bobo é apenas a introdução de uma súplica: pense em você. Em você. 
Eles se foram. Foi triste, cheio de lágrimas e pesares. Mas nós ficamos, Baiano. E, por mais doloroso e árduo que seja seguir em frente, temos de fazê-lo. Não morremos. Viver foi a única opção que nos restou. Melhor utilizá-la da melhor forma possível, incluindo no pacote os nossos desejos e melhores sonhos.




"Um beijo" (talvez o último da temporada),




Morena



28.01.2011 às 23:23

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Quase de verdade







"Noah: Você poderia apenas ficar comigo?
Allie: Ficar com você? Pra quê? Olhe pra nós, já estamos brigando!
Noah: Mas isso é o que nós fazemos! Nós brigamos! Você diz que eu estou sendo um arrogante filho da puta, e eu te digo que você está sendo um pé no saco... o que você é, 99% do tempo. Eu não tenho medo de ferir seus sentimentos, porque depois de dois segundos, você voltará a ser um pé no saco.
Allie: Então o quê?
Noah: Então não será fácil, será muito difícil. E nós teremos que trabalhar nisso todos os dias, mas eu quero isso, porque eu quero você."


(Diálogo do filme 'The Notebook')




02.02.2011 às 00:47

sábado, 5 de fevereiro de 2011

e-mail

De:morena@hotmail.com
Enviada: terça-feira, 1 de fevereiro de 2011 3:53:22
Para: baiano@hotmail.com
Assunto: Re: Post


Sim, Baiano, eu gosto de você. Engana-se quando diz que não é herói. Na minha você foi. Da minha vida você é. Você é o meu herói, meu poeta, meu intelectual, meu artista preferido, meu crítico mais bondoso. (Desculpe-me pelo uso dos pronomes possessivos, mas me sinto mais do que à vontade para usá-los). 
Foi você, meu Baiano, que me ensinou a voltar a sentir aos 44 do segundo tempo.
Sem os seus sorrisos e cheiros, sem os meus chicletes e cigarros, a minha vida não seria a mesma.
Ah, e graças a Deus que você tem acesso à internet. Sem ela, não estaríamos aqui.
Findo o desabafo, ficam os meus cheiros e beijos. Os dois tipos e incontáveis. Porque eu, mesmo sendo nordestina, não sei diferenciar nem medir.




01.02.2011 às 03:53

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pedido Negado

Baiano, você cuida dos seus defeitos. Eu cuido dos meus. Sem brigas, estresse, explicação.
Aqui, no meu bloguete, eu cuido das suas qualidades e das minhas.
E NÃO SE FALA MAIS NISSO!


Resposta direta ao post anterior:








Na vitrola:
  letra





03/02/2011 às 00:47