quinta-feira, 10 de março de 2011


"Uma mulher não perdoa uma única coisa no homem: que ele não ame com coragem. Pode ter os maiores defeitos, atrasar-se para os compromissos, jogar futebol no sábado com os amigos, soltar gargalhada de hiena... Qualquer coisa é admitida, menos que não ame com coragem.
Amar com coragem não é viver com coragem. É bem mais do que estar aí. Amar com coragem não é questão de estilo, de gosto, de opinião. Não se adquire com a família, surge de uma decisão solitária. Amar com coragem é caráter. Vem de uma obstinação que supera a lealdade. Vem de uma incompetência de ser diferente. Amar para valer, para dar torcicolo. Não encontrar uma desculpa ou um pretexto para se adaptar, para fugir, para não nadar até o começo do corpo. Não usar atenuantes como “estou confuso”.
Não se diminuir com a insegurança, mas se aumentar com a insegurança.. Não desmarcar um amor pela amizade. Não esquecer de comentar pelo receio de ser incompreendido. Não esquecer de repetir pela ânsia da claridade. Amar como se não houvesse tempo de amar. Amar esquisito, de lado, ainda amar. Amar atrasado, com a respiração antecipando o beijo. Amar com fúria, com o recalque de não ter sido assim antes. Amar decidido, obcecado, como quem troca de identidade e parte a um longo exílio. Amar como quem volta de um longo exílio...
Amar com coragem, só isso."

Fabrício Carpinejar.


quarta-feira, 9 de março de 2011

Cinema mudo




Eu queria saber a quantia exata de tchaus e desculpas serão necessárias para que eu entenda a situação superior que você ocupa. Eu preciso saber quantos "Morena, preciso ir agora", "Morena, vou ver minha série favorita",  "Morena, vou ler", "Morena, vou lustrar os sapatos" (lustrar os sapatos?), ainda faltam para que essa situação ganhe uma forma exata, nem que seja um daqueles impactantes "The End" em negrito e caps lock. Porque eu preciso muito amar outro homem, Baiano. Eu preciso de outro alguém que me faça sentir essa alegria de jardim de infância, tome as providências necessárias para esse meu coração lunático disparar e assuma a responsabilidade dessa minha  preguiça de prestar atenção em outros caras.
Se eu soubesse a quantia exata de dias restantes para a minha alforria, iria agindo como os presidiários, fazendo risquinhos na parede na expectativa do grande dia. Mas não existe matemática nem fórumulas prontas para esse tipo de caso. Não existe terapia, auto-ajuda ou conselhos suficientes para me fazer entender. O caso é grave, quase irremediável.
O jeito é ir acompanhando essa transição de monólogos para cinema mudo. Carregando esse gosto de quase e esse talvez comprimindo o peito, com uma paciência de monge tibeteano porque sinto que ainda precisarei de mais algum tempo sem definição e de força, muita força. Afinal, eu sou fraca, mas e principalmente porque esse peso, o amor, ainda é forte.



03.03.2001 às 07:10

quinta-feira, 3 de março de 2011

Sobre a incapacidade de seguir adiante


Já não eram mais goles inocentes e reversíveis, era a garrafa inteira. Na verdade, garrafas, que pelas minhas contas eram três, de vinho que ele dizia que era caro com uma certeza de sommelier e me enchia com detalhes que só me faziam ter vontade de engolir aquele líquido como se tivesse sido adquirido em uma mercearia de esquina e custado 3,50. 
Ele falava tanto que não percebia que eu não só estava enchendo a cara, como o saco inteiro com aquele assunto. Afogava toda a dor e tédio naquelas taças bonitas de um vinho que não lembro o gosto nem o nome. E nós não tínhamos ido ali nem para beber e muito menos para falar, mas fizemos os dois com um rigor de forças armadas. Mas era justo, assim como eu não entendia dos vinhos dele, ele não entendia da minha matemática primária, nem das minhas teorias. 
Ele pulou para o jazz, o cinema, o blues, o passado de sonhos fragmentados e todas as possibilidades de sorrisos no futuro. Até que eu já não entendia seus pedidos, suas observações precipitadas e já dançava de olhos fechados e semi-nua pela sala de estar - que tinha um ar explícito de casinha de boneca, mesmo sendo de homem de 1,91m. Eu era apressada demais para a melodia de Astaire e pisava nos meus próprios pés. Abri os olhos, os deles continuaram fechados. Não tocava meus seios, não me lambia, não me chupava. Tocava meus lábios levemente com os dele. 
Quando segurou forte a minha mão, eu sabia que aquele seria apenas o primeiro passo para o escuro. Algo em mim suplicava para que não tivesse mais volta. Não voltar era justamente o que eu precisava. E eu queria que aquela noite durasse a vida toda, porque eu sabia que se ela acabasse, involuntariamente e sem direito de defesa ou contestação, eu voltaria para você, Baiano. Para você que está distante ou sequer existe. E é, justamente, por conseguir prever o final que eu sempre impeço os inícios. 


Até agora, Baiano, só consegui acompanhar o ritmo de Cheek to cheek com você. Porque é nesse exato momento que eu sempre mergulho nesse seu cheiro que eu nunca senti.






letra



01.03.2011 às 05:32

terça-feira, 1 de março de 2011

"Onde inícios e finais coincidem"

Achava tão curioso passar por ali e aquela porta estar sempre aberta. Era incrível, porque as outras estavam sempre fechadas, ou se estavam abertas, eram só cenas explícitas do sofrimento de alguém. Mas aquela menina era diferente, ela sempre estava sentada na cama, com um netbook lilás no colo, e com um ar de sorriso nos olhos. Não importava a hora da noite apontada pelo relógio, ali dentro era sempre dia. Não importava o dia, não importava a hora, era exatamente assim.
Senti-me tão suja, tão pesada. Senti inveja por nunca ter conseguido fazer minha caber em uma tela de computador assim, sem me sentir presa, sufocada. Ela conseguia, no lugar mais improvável, o que eu nunca consegui sentir por completo: leveza.
Uma certa noite de insônia enquanto passeava não resisti àquela cena congelada. Ela achou estranho que eu ficasse parada na porta dela, quando a situação exigia que eu estivesse deitada. 
"Você anda muito e rápido", falou. Eu sorri. "Onde queres chegar com tanta pressa?", perguntou em seguida. Eu chorei. "Sei que você tem medo que isso tudo aqui te sugue, que consuma essa vida que vai além daquilo que corre em tuas veias, mas não vai. Você imagina, sente, sonha, é forte. Sei que em nenhum segundo a sua imaginação deixou que você permanecesse aqui. Escute bem: você não precisa correr porque já aprendeu a voar".
Achei tão comovente uma menina tão jovem, que tinhas todos os motivos para perder a fé, que podia mandar tudo à merda, botar a culpa Deus, no destino, mas não o fez. Pelo contrário, segurou na minha mão bem forte e me trouxe de volta à superfície. A partir daquele momento não havia mais nada a ser desesperado. 
Desculpe-me, Baiano, mas eu não tive tempo de sofrer por você. Nem de sentir pena de mim por você ter ido embora. Haviam dores reais para serem sentidas. Que precisavam ser vividas, hoje sei. Haviam portas abertas para serem adentradas enquanto a sua se fechou. É... Inícios e finais coincidem. Um dia, mais tarde do que cedo, aos trancos e barrancos, a gente aprende. 


Ah, antes que eu esqueça, aquela menina com frestas na alma era um espelho, ela era eu.




(Obrigada a todos pelos comentários anteriores, pelas visitas, pela torcida, pela força. Foi imprescindível.
Aqui, como parece, não tem apenas pedaços de mim. Essa ausência ensinou-me bastante, descobri que estou por inteira.Sou por completo. E que o todo inclui vocês.)




letra

domingo, 13 de fevereiro de 2011

"...And I'd give up forever to touch you"


                                                                                                                  
 letra




Seth: Tem curiosidade de saber como é tocar?
Cassiel: Tocar? Não!
Seth: Tem, sim.
Cassiel: De vez em quando.
Seth: Tocar...

(Diálogo entre os anjos Seth e Cassiel do filme "Cidade dos Anjos")




Acho que é bem isso que venho sentindo: curiosidade de saber como é tocar. Tocar você. Nessa nossa relação - que sabe-se lá que nome tem (ou teve) ou a qual tipo pertence - em que sempre fui tão passiva, pedi tão pouco, mesmo sentindo tanto, acabei me distraindo e esquecendo de fragmentos importantíssimos. Mas não me culpo, muito menos a você. Era algo tão novo, tão intenso, sugava tudo, preenchia espaços vazios, que eu não percebia os detalhes que estavam em falta; ou se percebia não fazia tanto esforço para obtê-los. Sabe aquela frase batida: "Se melhorar, estraga" ? Pois é. Acho que era bem isso: medo de estragar.
Mas, meu Deus, como poderia perder algo que nunca tive, estragar algo que nunca existiu?
Na verdade, existiu para mim. Só para mim.
Agora, justamente agora, em que vejo você tão forte e tão indiferente é que invento de sentir essas coisas impossíveis. Logo hoje, quando existem distâncias bem maiores que a geográfica, eu invento de querer sentir, tocar. Logo hoje, em que você foi embora e não disse adeus. Sem esperanças de retorno, sem explicações.  Xeque-mate, não é mesmo?
Sabe, Baiano, nesse mundo louco de gente insensível, o mínimo que aprendemos é a perder. Essa vontade que perdura no meu peito, um dia passa. 
Ficam suas qualidades (não mudo a minha opinião sobre elas), os bons momentos, nossas horas leves recheadas de sorrisos, meus puros sentimentos por você. Fica a vontade de tocar (como já disse, um dia passa). Ficam os chicletes, os cigarros.  Fica o meu pedido de perdão por não ter sido mais inteligente, mais bonita, mais rica, mais descolada, por não saber jogar e, acima de tudo, por não conseguir ser indiferente.
Permanecem intactos os meus mais profundos e sinceros desejos de que você seja feliz, com quem for ou como for. E que ninguém nesse mundo seja capaz de lhe fazer sofrer, que ninguém lhe ignore sem motivos aparentes e nem que você sinta o que sinto agora.
Ficam os apelidos "Morena" e "Baiano". Baiano vai continuar existindo nesse mundo em que criei para que ele fosse eterno. Vou continuar sendo Morena, mesmo que  a gente nunca mais se fale e você me chame assim. Morena é um estado de espírito, é o conjunto dos melhores sentimentos que existem em mim, transcendo qualquer lógica ou tentativa de explicação.

"Fui ser feliz e não volto"


Meus queridos, estou danto um tempo no blog. Há tempos que as coisas não estão boas nem bonitas por aqui. Preciso cuidar de mim, da minha vida, da minha saúde.
Para vocês, eu voltarei, claro! Mais bonita, forte, saudável e feliz. Cheia de novidades!



Beijos (muitos, incontáveis, os melhores)!


Fiquem com Deus!




às 15:20

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"Sonhos não envelhecem"



                                                
                                                
      letra


- Olhe, Morena, estou indo passar uns dias na Argetina a trabalho.
- Você vai demorar?
- Nove dias
- Então, dá tempo de enviar um cartão-postal pra mim. Você envia?
- Sim
- JURA?
- Juro.


Sabe, Baiano, durante seis meses você tentou me convencer com as suas atitudes de que não era confiável, amável. Mas, no fundo, eu sempre soube que você seria a única pessoa capaz de enviar um postal para mim, que não iria rir, nem achar brega e muito menos tentar me convencer que uma outra lembrança teria mais utilidade para a minha vida.
Logo você, que prometia de ligar e não ligava, "desligava" o MSN na minha cara a qualquer contrariedade, punia-me até pelos erros que não eram meus. Mas a sua atuação não era boa o bastante para me convencer.
Desde esse seu "juro", eu olhava a caixa de correio todos os dias, fiz amizade com o carteiro, pesquisei no Google quanto tempo, em média, seria preciso para o meu cartãozito chegar até a mim. Afinal, a minha esperança, além de tudo, é fênix.



Última vez, antes de você, que tinha pedido um cartão-postal a alguém:

- Mas você também enviou o meu cartão-postal também, né?
- CARTÃO-POSTAL? Eu trouxe bolsas, perfumes, maquiagem, roupas... E você ainda quer a merda de um cartão-postal?
(Claro que ele não perdeu a oportunidade de jogar na minha cara os preços e marcas dos presentes)
- Mas foi só o que eu pedi, não foi?
- Deixe de ser idiota pelo menos uma vez na sua vida. Essas coisas serão mais úteis. Qualquer pessoa normal ficaria feliz com todos esses presentes que comprei.
- Eu não sou qualquer pessoa e nem acho que a felicidade seja acessível a um cartão de crédito.




P.S. Esse seria um post com ar de despedida. Mas hoje quando cheguei de viagem, deparei-me com esse cartão-postal lindo. Foi impossível não voltar a estaca zero. 
Obrigada. Baiano, por estar presente, mesmo quando ausente. E, principalmente, por me fazer acreditar na vida e nas pessoas, até quando isso não parece tão fácil para você.

Um beijo,

Morena




11.02.2011 às 19:37

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sobre o pretérito e a possibilidade de um futuro imediato


Eu sei, Baiano, que eu falo de amor como se fosse fácil. Pior, como se fosse possível. Mas já foi, Baiano, e você sabe disso. Para mim, aos dezessete. Para você, aos vinte e poucos.
Ele morreu tragicamente em um acidente de carro. Ela recebeu um xeque mate. E nós dois? Morremos também, claro. Com uma diferença: você teve escolha, eu não.

Eu encontrei e perdi cedo demais aquele que achava ser o amor da minha vida. Ele não me deixou. Eu não o abandonei. Não brigamos. Ele morrreu, Baiano. Limpo e seco. Direto e trágico como nenhum final de história deve ser. Cortaram o "felizes para sempre" sem me dar, ao menos, uma explicação. Até então, era só felicidade e sonhos com casinha, cerquinhas e filhinhas (sim, eu também queria ter duas). Até então, ele era um jovem engenheiro civil com um futuro promissor, que estava construindo uma miniatura do Taj Mahal pra mim, que me ligava à noite para falar besteira, com a velha desculpa do "boa noite", que ria dos meus erros absurdos e depois que me ajudava a consertar, que me ensinou da forma mais simples e leve possível o significado da palavra amor. Isso até aquela última sexta-feira. No sábado, todas aquelas promessas, bons presságios, futuro compartilhado e castelos foram destruídos. Sem conserto como aqueles dois carros e as vidas que os guiavam.
"Se você vier me perguntar por onde andei no tempo em que você sonhava. De olhos abertos, lhe direi: - Amigo, eu me desesperava". Talvez não tenha frase que se encaixe tão bem a situação que passei como essa de Belchior.
Antes dos dezoito, Baiano, tudo já tinha gosto de "tarde demais". Aos dezoito, envelheci.
Tive de largar os meus sonhos, a profissão que queria seguir, a cidade onde nasci, tudo o que havia de melhor em mim... Eu também tinha promessas de um bom futuro. Mas sem ele qual amanhã valeria a pena? Durante cinco anos eu tentei, em vão, responder.
E fiz de tudo para repelir tudo e todos que se aproximavam de mim. Engordei, descudei de todos os detalhes relevantes e tratei de ser chata, ácida e baranguda para que ninguém mais no mundo gostasse de mim. Fechava as portas na cara de qualquer desavisado e distraído que tentasse chegar perto ou ignorasse a placa vermelha indicando "PERIGO".
Quando conheci você, reconheci milimetricamente cada pedacinho do meu passado. E não podia ver de braços cruzados a repetição em série dos meus erros.
Por incrível que pareça, nunca tive pretensão de que você tirasse todos os atrasos e marcas que esse luto deixou em mim, nem muito menos que me levasse ao altar.
Durante todo esse tempo eu só queria lutar - de uma forma desesperada, confesso - para que você não abandosse tudo, como eu fiz um dia.
Esse texto bobo é apenas a introdução de uma súplica: pense em você. Em você. 
Eles se foram. Foi triste, cheio de lágrimas e pesares. Mas nós ficamos, Baiano. E, por mais doloroso e árduo que seja seguir em frente, temos de fazê-lo. Não morremos. Viver foi a única opção que nos restou. Melhor utilizá-la da melhor forma possível, incluindo no pacote os nossos desejos e melhores sonhos.




"Um beijo" (talvez o último da temporada),




Morena



28.01.2011 às 23:23

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Quase de verdade







"Noah: Você poderia apenas ficar comigo?
Allie: Ficar com você? Pra quê? Olhe pra nós, já estamos brigando!
Noah: Mas isso é o que nós fazemos! Nós brigamos! Você diz que eu estou sendo um arrogante filho da puta, e eu te digo que você está sendo um pé no saco... o que você é, 99% do tempo. Eu não tenho medo de ferir seus sentimentos, porque depois de dois segundos, você voltará a ser um pé no saco.
Allie: Então o quê?
Noah: Então não será fácil, será muito difícil. E nós teremos que trabalhar nisso todos os dias, mas eu quero isso, porque eu quero você."


(Diálogo do filme 'The Notebook')




02.02.2011 às 00:47

sábado, 5 de fevereiro de 2011

e-mail

De:morena@hotmail.com
Enviada: terça-feira, 1 de fevereiro de 2011 3:53:22
Para: baiano@hotmail.com
Assunto: Re: Post


Sim, Baiano, eu gosto de você. Engana-se quando diz que não é herói. Na minha você foi. Da minha vida você é. Você é o meu herói, meu poeta, meu intelectual, meu artista preferido, meu crítico mais bondoso. (Desculpe-me pelo uso dos pronomes possessivos, mas me sinto mais do que à vontade para usá-los). 
Foi você, meu Baiano, que me ensinou a voltar a sentir aos 44 do segundo tempo.
Sem os seus sorrisos e cheiros, sem os meus chicletes e cigarros, a minha vida não seria a mesma.
Ah, e graças a Deus que você tem acesso à internet. Sem ela, não estaríamos aqui.
Findo o desabafo, ficam os meus cheiros e beijos. Os dois tipos e incontáveis. Porque eu, mesmo sendo nordestina, não sei diferenciar nem medir.




01.02.2011 às 03:53

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pedido Negado

Baiano, você cuida dos seus defeitos. Eu cuido dos meus. Sem brigas, estresse, explicação.
Aqui, no meu bloguete, eu cuido das suas qualidades e das minhas.
E NÃO SE FALA MAIS NISSO!


Resposta direta ao post anterior:








Na vitrola:
  letra





03/02/2011 às 00:47

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Primeiro e último pedido do Baiano com respeito a este blog

Morena, como vai? Espero que você esteja bem.

Antes de tudo, você sabe que eu não gosto muito dessas coisas de blog, orkut, farmville, internet em geral. Eu sou velho, sou atrasado e nem tiro foto quando viajo. Meu facebook tem 60 pessoas. Meu orkut tem 49. E esses números diminuem cada vez que eu descubro que eu adicionei alguém que não é meu amigo.

Mas eu  venho até aqui porque sei que escrever é importante pra você - é uma maneira de tirar esse peso do seu coração.

Gostar de alguém, claro, é assumir um peso enorme. E geralmente vem com exigências, egoísmos, projeções. Você, porém, escolheu gostar de mim gratuitamente, sem nada das coisas ruins. E eu de você, nas mesmas condições.

Só peço que você evite fazer com que eu pareça um personagem de José de Alencar, um herói romântico. Você escreve tão retadamente que acaba fazendo meus defeitos (a desilusão, a falta de sonhos, a desconfiança em qualquer sentimento) parecerem qualidades. Não são! Não engane seus leitores - eles devem achar que eu sou a mistura de Hugh Grant com José Mayer.

Lembre-se que eu não sou nem profundo, nem intelectual, nem artista, nem crítico, nem poeta. Eu só tenho acesso à internet.

Findo o desabafo, fica o meu cheiro. Beijo é coisa de paulista.

Baiano.

Ps: vocês devem achar que é falsa modéstia minha. Não é: nem ela acredita nisso tudo!


às 21:28

Elephant Gun - Beirut

       


Sem muito alarde ou maiores explicações sobre meu pequeno sumiço de sete dias.
Para me redimir, deixo esse clip lindo, que parece um quadro em movimento, da música Elephant Gun.






"And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night"



Breve questionamento: - Baiano, você teve insônia nesses últimos dias?




01.02.2011 às 00:01

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Do you wanna dance?


(Clique nas imagens para ampliar)

Caso não entendam, o que é mais provável acontecer, tentarei digitar o texto no próximo post.




- Ei, Baiano, "um sonho a mais não faz mal" . Nem a criaturas da sua espécie!



P.S. Devido a preguiça de ligar o notebook e a (des)organização do meu quarto, acabei não achando papel para escrever. Por isso foi inevitável não usar esses guardanapos tão acessíveis. Achei tão breguinha, que decidi conservar os originais para postar aqui, apesar dos errinhos de grafia, coerência e coesão.




23.01.2011 às 16:34

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O uivo dos ventos a favor


“Minhas grandes tristezas neste mundo têm sido   as tristezas de Heathcliff, e eu enxerguei e senti cada uma delas desde o início, pois ele é a suprema razão do meu viver. Se tudo o mais perecesse, e só restasse ele, eu continuaria a existir, ao passo que, se tudo permanecesse e ele fosse destruído, todo o universo se transformaria num lugar completamente estranho para mim, de que eu não faria parte. Meu amor por Linton é como a folhagem dos bosques: o tempo o transformará, estou bem certa, assim como o inverno muda as árvores. Meu amor por Heathcliff assemelha-se às rochas eternas que jazem debaixo do chão: é uma fonte de prazer pouco visível, porém necessária. Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, sempre no meu pensamento. Não como uma alegria, já que nem sempre sou uma alegria para mim mesma, mas como o meu próprio ser. Portanto, não me fale outra vez em separação, isso é impossível e...”

Trecho do livro "O morro dos ventos uivantes "
De: Emily Brontë




Música: Whutering Heights 
Intérprete: Angra

De alguma forma, talvez miraculosa, essa música salvou Baiano. Ele, finalmente, saiu de seus tortuosos sonhos intranqüilos.  Agora, de peito aberto e sorriso no rosto, prepara-se para a sua nova fase: pomar-horta-jardim.

__________________________________________
"Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma. 
Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles." 

Rubem Alves



14.01.2011 às 20:35

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma breve apresentação dos personagens

BAIANO:
Protagonista. Criação da própria criatura. Sexo masculino. Na identidade, 26. No peito, os anos já se tornaram infinitos. Verbo na terceira pessoa do singular. Todos os pronomes possessivos e os melhores adjetivos.
Conhece o mundo. Os mundos. Pricipalmente os externos.
Entende as línguas, as cores e os sabores. Sabe todas as regras e aprendeu a jogar.
Personagem tão rico que dispensa maiores comentários.



MORENA:
Narradora. Criatura. Sexo feminino. Na identidade, 23. E no peito, uma lacuna de experiências. Verbo na primeira pessoa do singular com pretensão explícita de plural. Artigo indefinido.
Não entende e não sabe de nada, nem de ninguém, mas vive a imaginar e a sentir.
É daquele tipo bobo que vibra incontida com tudo que vê pela frente.
Tentou várias vezes, mas nunca aprendeu a crescer, nem as regras e muito menos a jogar. .





______________________________________________________________________

Detalhe: O melhor (ou mais trágico) é que Baiano, realmente, existe. Mas Morena nunca o viu. Só imagina, sente e sonha acordada. E só por isso, todo esse roteiro, por mais inconsistente que pareça, já vale a pena.




às 23:36

terça-feira, 18 de janeiro de 2011


Lembro bem que era final de agosto, de tardezinha e céu estava divido entre tons de amarelo e rosa. Foi quando eu tive coragem, Baiano. Olhei, pela primeira vez, nos olhos de Deus. E pedi. Ah, Baiano, pedi tanto e intenso para que você se livrasse do gosto ruim, para que os seus olhinhos voltassem a brilhar. Era um pedido de encontro e de sumiço. Pedi como nunca ousei fazer nem pra mim. Sempre rezava escondida no escuro do meu quarto, porque assim tinha a ilusão de que Ele não poderia me enxergar. Fechava os olhos, com medo de encará-lo de frente.
Mas você é bom, Baiano. Que chega a dar raiva. De mim, desse mundo sem alma, dessas pessoas rasas. Você é diferente. Por você, era possível olhar nos olhos de Deus. Para você, qualquer pedido se tornaria irresistível. Deus não negaria.
E mesmo assim, ainda que você não fosse bom, sensível, carinhoso, inteligente, divertido, com uma grande quantidade de raras virtudes, eu pediria. Todos os dias, todas as horas. Porque eu sabia, desde o primeiro momento, que você traria algo muito bom para a minha vida. E trouxe. E ficou. Pra sempre. Com você, Baiano, aprendi a olhar nos olhos de Deus. E confiar.

Dessa vez, Ele não disse nada, mas eu senti.








14.01.2011 às 16:52

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sobre respostas



ELE chegou e sussurrou em meu ouvido.
Sem data ou hora marcada.
Sem que fosse necessário perguntas diretas, joelhos no chão ou sacrifícios.
Como um pai que segura na mão do filho e indica a direção.






"...é benigno, não é invejoso, não trata com leviandade,
não se ensoberbece, não se porta com indecência,
não busca os seus interesses, não se irrita,
não suspeita mal..."
: o amor



10.01.2011 às 17:35

Coleção de Selos




Recebi mais esse presentinho fofo da querida Priscilla.
Flor, mais uma vez, obrigada!


Regras :
• Indicar para 10 blogs preferidos e não só por indicar.
• Responder à todas as perguntas .

1- Qual o seu objeto mais pessoal ?
Meu notebook.

2- Que tipo de música você prefere?
Depende do momento. Ultimamente estou em um momento Roll and Rock.


3- Tem alguma música em especial ?
 Iris - Goo Goo Dolls

4- Gosta de ver fotos ?
Demais!

5- Qual foi o último filme que viu no cinema ?
As viagens de Gulliver.

6- Você é convencido ?
Pelo contrário.

7- Quais os problemas mundiais te preocupam mais ?
A indiferença e o egoísmo. Cure esses male e muitos outros serão solucionados.

8- Até onde é capaz de ir por amor ?
hahahha.. Não me limito quando amo.

9- Gosta de ler ?
AMO!

10- O que achas mais romântico ?
Cumplicidade.

11- O que você acha da homossexualidade ?
Não tenho preconceito. Sou a favor da felicidade e do amor. Acho que temos coisas mais importantes para voltar a nossa preocupação do que a homossexualidade.


12- Voce é capaz de morrer por alguém ?
Pelos meus pais, pelo meu irmão e pela minha avó.

13- Voce acredita em horóscopo ?
Muito pouco, mas acho divertido.

14- Você é organizado ?
hahha..

15- Você tem medo de andar de avião ?
Só de sapos.

16- Gosta de sol, praia ?
Gosto.

17- Você usa óculos ?
Sim, quando lembro. Uso bem mais óculos de sol, sou fã.

18- O que faz aos sábados pela manhã ?
Depende, mas gosto de ficar em casa.

19- Você vê muita Tv ?
Não.

20- Tem algum Fetiche ?

hahhaha.. Quem não tem?


21- O que você mudaria no mundo ?
Quero começar por mim. Ainda tenho muito o que mudar em mim para ficar exigindo do mundo.

22- Você é vaidosa ?
Hahah.. Estou tentando me curar, em processo de tratamento ainda.

23- Você gosta de seus vizinhos ?
Gosto.

24- Gosta de sopas ?
Sim

25- A que horas você se levanta ?
06:00.

26- Partilhas teu quarto com alguém ?
Não mais.

27- Você é uma pessoa simples ?
Acho que sim.

28- Você tem uma boa memória ?
Nem sempre.

29- Você vê desenho desenho animado ?
Gosto muito, mas vejo pouco.

30- Tens jeito pra escolher presente ?
Costumo acertar.

31- Você já acampou ?
Já. Duas ou três vezes.

32- O que fazes nas férias de verão ?
Curto melhor a minha família, meus amigos, leio, vou à praia..

33- Sai a noite ? Onde costuma ir ?`
Tenho saído pouco. Mais para jantar.

34- Primeira coisa que você lava no banho ?
As mãos.

35- Com quem você vai estar hoje à noite ?
Com o meu irmão.

36- O que você vai fazer amanhã ?
Trabalhar.

37- Qual foi a última vez que você chorou ?
Ontem.

38- Estação preferida ?
Só conheço Verão.

39- Já bateu em alguém ?
Hahah.. No meu irmão quando era criança.

40- Qual foi a última pergunta que você fez pra você mesmo ?
Vale a pena?

41- Você fala o que vem na cabeça?
Hahaha.. Quase sempre.
A minha cara de pau já virou de aço.

 

domingo, 16 de janeiro de 2011

Das mudanças

Versões de Baiano, de quando o conheci (exatos 5 meses atrás) e agora :


ANTES:


DEPOIS:




É uma mania antiga, mas eu costumo definir as pessoas através de músicas. Não que eu procure os sons, eles simplesmente surgem. E vão se encaixando aos que aparecem no meu caminho. E mudando de acordo com os acontecimentos. Como se o modo aleatório estivesse ativado constantemente.



Ah, Baiano, gostei mais da sua versão atual!



15.01.2011 às 14:00

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dos conselhos


                                                     



Ele: Tô fudido de cansaço.
Ela: Quer um abraço?
Ele: Sempre. 
Você está cheirosa?
Ela: Sempre.
(Baiano nem desconfia, mas Morena não se descuida. Alerta e operante. Está sempre preparada para um encontro com ele a qualquer momento. Usa os melhores cheiros, guarda os melhores abraços e sorrisos. Porque desde cedo, ela aprendeu que sonhos, às vezes,  não cabem em si e viram realidade. E a realidade dos sonhos é imprevisível)
Ele: Um beijo no pescoço, então.   
Ela: No pescoço, é covardia.
(Baiano ainda não descobriu que tem força para enfrentar as conseqüências devastadoras de um beijo no pescoço que sempre parece tão indefeso, inofensivo. Mas não é. Aprenda, Baiano. Ele nunca é.)





Nota: Baiano é 'made in Bahia' mesmo, esse não é um apelidinho ao acaso. O que implica que ele nunca manda, pede ou quer um BEIJO no pescoço.  É mais ambicioso e nordestino nos desejos, sempre almeja um CHEIRO no pescoço, mesmo tendo consciência da alta periculosidade desse ato.


às 18:35

Dos presentes


Olha, Baiano, ganhei um selinho em dose dupla. Da Priscilla e da Lola, não é o máximo?!
Não previa que teria uma recepção tão boa de pessoas melhores ainda. Ainda mais em tão pouco tempo. Em 9 dias: 2 selos, 339 visitas e 33 seguidores. Nem parece verdade.

Lindinhas, muito obrigada! De coração.

Regras:

1. Repassar o selo a 15 blogs e avisar.
2. Responder as perguntas:

Nome: Pode chamar de Morena, que eu atendo.
Uma música: Here comes the sun - The Beatles
Humor: Bom, "apesar dos castigos"
Uma cor: Branco
Uma estação: Aqui só existe Verão
Como prefere viajar: Com pessoas amadas e divertidas.
Um seriado: Dexter
Frase e/ou palavra mais dita por você: "Por favor, pai, só essa vez!" (fazendo carinha do gatinho do Shrek) /"Amém!" 
O que achou do selo: É indescritível a sensação de ganhar coisas que nunca obteríamos com o nosso próprio cartão de crédito. Ou alguém te dá ou não tem graça nenhuma. Ou pior, você não consegue.

Indico:

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sobre verbos e cores

Fazia muito tempo que eu não tinha vontade de sorrir para nada nem para ninguém,
então era extraordinário que ele conseguisse assim perturbar os cantos de meus lábios.

(Caio F. Abreu - Cavalo branco no escuro)

Não consigo lembrar ao certo dessa parte, mas hoje quando chegou, eu provavelmente estava distraída entre as palavras e sonhos. Talvez passeando pelas paisagens de algum cartão postal que nunca chega.
Você estava de verde. Provavelmente,  eu nunca te disse, mas você fica lindo com essa cor. Diferente do amarelo alaranjado que, intencionalmente, subentende distância, um certo medo e indiferença aos apelos do mundo ao redor. Diferente do branco indeciso, sem saber se é branco mesmo ou cinza, quase transparente que por noites ininterruptas serve de abrigo para a sua dor.
 Ando aprendendo sobre cores com você.  Cores e verbos.  Já quase consigo fazer a alocação adequada do PRECISAR, QUERER e PODER.
É verdade, eu não PRECISO lhe esperar todas as noites para saber como foi o seu dia e se está bem. Para rir do seu mau humor, rir do seu perfeccionismo, ver você rindo das minhas esquisitices e falta de jeito para quase tudo. De fato, não preciso.  Afinal, o telefone sempre toca e existem tantas distrações e entretenimento ao alcance das mãos.  Mas quem disse que eu dou importância para telefones, distrações, entretenimento e mãos? Eu QUERO algo mais.
Não sei se pelos verbos ou pelas cores. Ou pelos dois e o algo mais. Mas o fato é que você tem me ajudado a ser uma pessoa melhor. Sem que seja necessário procuras, planos mirabolantes ou declarações de amor. Sem toda a complicação que eu sempre achei que fosse obrigatória para que acontecesse. Talvez isso impulsione o verbo PODER a dar a outros tantos verbos cadeira cativa no meu vocabulário limitado.


No play:



09.01.2011 às 15:52

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O mais estranho é que ...


... você não veio preencher espaços que ficaram vazios, e sim espaços intactos, lacrados e com cheirinho de novo.  E que eu sequer desconfiava que existiam.




às 01:58

domingo, 9 de janeiro de 2011

Jukebox

Alceu Valença - Tropicana (Morena Tropicana)



Vinicius de Moraes & Toquinho - Morena Flor



Los Hermanos - Morena



Elis Regina - Rosa Morena



Zizi Possi - Asa Morena.MP3



Magal - Morena Bonita (90)



Inimigos da HP - Morena da Praia



Scracho - Scracho - Morena



BAILA MORENA (DADDY YANKEE - BAILA MORENA (DADDY YANKEE)



Julio Iglesias - Baila morena baila



Tom Zé - Morena



Pequeno Diálogo:

- Baiano, criei uma pasta com músicas com a palavra "MORENA". Não sabia que já estava tão famosa.Vários artistas, do MPB ao pagode, têm músicas no seu repertório com essa palavra.
- Hahaha.. Sério? Criou?
- Sim
- Morena Tropicana. Conhece?
- Conheço. E gosto muito.
- Eu também gosto muito. ''Da manga rosa quero gosto e o sumo"
E você tem as bochehas rosadas, Morena.

(silêncio)

Todo o resto, eu falei da boca pra dentro.


02.01.2011 às 16:50

sábado, 8 de janeiro de 2011

Sobre tentativas

From: morena@hotmail.com
To: baiano@hotmail.com
Subject: =**=
Date: Mon, 29 Nov 2010 01:38:29 +0100

Já pensei em milhões de frases, de autores, trechos de músicas para te enviar e amenizar a sua dor. Talvez sorrisos, talvez abraços. Mas, no fundo, acho que nada, absolutamente nada, servirá de consolo.
Não há nada que cure a dor de um amor vencido, além da percepção da própria vítima de que o prazo de validade expirou.

Gosto de você, Baiano. Com alma, de graça, peito aberto e olhos fechados. 



Morena e suas tentativas e insistência em querer sempre o mais difícil.


*os e-mails citados acima são fictícios


Viva La Vida - Coldplay




29.11.2010 às 01:38

Complexo de Amélie




-Ela parece distante.
 
-Talvez seja porque está pensando em alguém.

- Em alguém do quadro?
 
- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.
 
- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
 
- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
 
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?



(le fabuleux destin d'amélie poulain)
 
 

















Baiano,

... você sabia que Amélie Poulain é minha personagem favorita do cinema? Pois é. Com as minhas manias, cotidiano e observações estranhas, eu me sinto meio Amélie. 
[...]
Queria pedir que assistisse este filme e penssasse em mim. 
(Mas olha que pretensão a minha. Querer que alguém como você, tão cheio de outros caminhos, razões e motivos, pense em mim.)


"She can't relate to other people"  





27.10.2010 às 16:30